quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O eterno retorno

Da mesma forma que uma brisa leve é capaz de incandescer um fatigado braseiro, assim são esses primeiros dias de aula: revolvem o marasmo, arrancam a casca cinzenta do tédio e inflamam nossa alma para a ardente caminhada vindoura! Agora, cabe a cada um de nós soprar a plenos pulmões, de fôlego refeito pelas férias, a fim de incendiar nossos neurônios com a chama coruscante do saber!
Caros alunos, colegas professores, companheiros de batalha em geral: estamos de volta!
E este 2012 promete (não, não estou falando de algum tipo de profecia maia...)! Este ano promete porque vejo que muita gente se compromete com ele no presente! Além do nosso tradicional trabalho em sala de aula, vejo tomar corpo e força o Avançado de Cinema, o Concurso de Poesia, o Sarau, o Evento Cultural e o Festival de Música (sim! Há uma proposta bastante interessante para que retomemos o Festival! E precisaremos do comprometimento de vocês, alunos, para que a coisa toda aconteça).
Há muitas histórias a serem escritas nas páginas brancas de cada dia que está por vir! E todas elas começam no dia de hoje. Escrevamo-las de mãos dadas!

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Mãos dadas (Carlos Drummond de Andrade)

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.
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Abraços a todos!