quarta-feira, 6 de março de 2013

Cinema é para pensar ou entreter?

Por indicação de nossa amiga cinéfila Julia Barbedo Ruivo, segue um texto muito interessante sobre o papel do cinema nos dias de hoje.

Agradecido, d. Julia!

Abraços a todos!

O que é cinema, por Arnaldo Bloch

“O sono ao redor”, disse o comediante, como se (...) estivesse acrescentando à discussão algo que não fosse o aborrecente prazer de um trocadilho fácil

Dias atrás, numa dessas polêmicas polarizadas que tomaram conta de boa parte da comunicação atual, o “pessoal da comédia” brigou com “o pessoal do cinema de arte”. Da discussão emergiram aquelas bobagens do tipo “cinema é, sempre foi e vai ser entretenimento para grande público”. Ou a afirmação “oposta”, igualmente tola, de que “cinema para valer tem que ser de invenção”.
A coisa toda envolvia, de um lado do ringue, o sucesso de público de “De pernas pro ar 2” (Roberto Santucci), número 1 nacional do momento. Do outro lado, “O som ao redor” (Kleber Mendonça Filho), sucesso de crítica nacional e internacional com prestígio crescente e um público até bastante bom para o pequeno número de cópias.
Um ator cômico da moda reagiu.
— “O sono ao redor” — disse o comediante, como se, com isso, estivesse acrescentando à discussão algo que não fosse o aborrecente prazer de um trocadilho fácil.
Ao fazer isso, o comediante ocupou o papel não do humorista, que faz refletir: ele foi apenas o piadista de salão, ou, se quiser, o stand-up ambulante. E reforçou a tal polarização, dando armas ao “inimigo": “Ora, se isso é comédia, então o nível está baixo, mesmo”.
Em debate nesta semana num evento sobre cinema o tema foi levantado, e algumas ideias interessantes surgiram. Uma delas é que os que se arvoram o direito de dizer “o que é cinema” fazem-no tomando o particular por um geral delirante. Ou seja, confundem — por obtusidade ou má-fé — sua ideia sobre o que é cinema com um conceito absoluto, que precede a discussão: “Se eu digo que cinema é isso, então cinema é isso”. É só prestar atenção nas atuais “polêmicas” para notar que as formas “eu acho”, “eu penso”, “na minha opinião”, “posso estar enganado” estão em desuso.
Aí fica aquele Fla x Flu: cinema é arte ou cinema é entretenimento; cinema é tradição ou é invenção; o meio ou a mensagem; mercado ou guerrilha; roteiro ou liberdade.
Nesse jogo, os que afirmam seu conceito absoluto de cinema estão de tal forma fechados em suas seitas classistas, em suas igrejinhas intelectuais ou em seus castelinhos corporativistas que desaprenderam o gesto mental simples de cogitar que duas ideias não são, necessariamente, excludentes. Respondem a impulsos mais afeitos à barbárie que à civilização: “O que eu digo é certo, ou vou escalpelá-lo”.
Num sentido mais básico, de “cada macaco no seu galho”, não poderiam conviver no mesmo mundo cinema de arte, para um público segmentado, e cinema de grande público?
E quando um filme “de arte” acaba caindo no gosto, momento incomum, mas belo, em que o ideal íntimo de todo artista se realiza?
Por outra: um filme “de arte” que só funciona para um público pequeno, mas fiel, coeso, interessante e plural é um filme equivocado?
Embora não seja obrigatório, um ser humano é capaz de entreter e refletir ao mesmo tempo?
Quem pensa não sente prazer? Divertir-se é sinônimo de se lobotomizar?
Em conversas nesta semana, houve quem bradasse contra essa mania de só copiar (estilos, escolas, países, livros). Para essas pessoas é possível, e ético, fazer um cinema das bases. Um cinema que se descubra novo ao aliar-se, de forma apartidária e contemplativa, às expressões genuínas de uma comunidade num momento específico e contemporâneo do criador — como, aparentemente, está fazendo o pessoal de Recife. Um cineasta pernambucano, aliás, dizia na quinta-feira que o Rio de Janeiro está precisando fazer um pouco de cinema assim. Olhar para como os muitos povos estão se comportando em vez de olhar só para a imagem que se faz de uma “classe padrão carioca", que é, mais que uma classe média, “a média das classes”, idealizada.
Esse vício, de acordo com o cineasta em questão, estaria expresso por um pré-conceito do que seja a nova classe C da Barra. Como se estivéssemos, no Rio, meio esquecidos do lado “Se segura, malandro” do carioca, que está aí, renovado, misturado a outros modos, outros bairros, mas meio oculto por um roteiro mental obstinado e preguiçoso.
Pode-se argumentar que assim caminha a dialética: cada um afirma a sua verdade, e desta luta sai uma resultante. As discussões recentes, porém, limitadas pelo imperativo do tempo curto e pela moda das “polêmicas”, tendem a não gerar nada: elas são autolimitadas pela sua utilidade imediata, que é de entreter no estilo UFC. Haverá um pouco de sangue, alguém vai levar o cinturão e depois passá-lo, sem que alguma novidade circule.
As “polêmicas” não permitem troca de informações suficiente para que se enxergue que há algumas respostas possíveis entre um polo e outro e que, às vezes, os polos sequer são opostos: são apenas vetores perdidos com medo de anular-se no conjunto.
É uma espécie de lógica de extermínio: em pleno século XXI, quando tanto se compartilha tudo, a discussão estética regride de um tempo de efervescência criativa para uma batalha campal reducionista pela conquista de 15 minutos de polêmica.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/o-que-cinema-7717728#ixzz2Ml2k3dIX
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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Futebol: ópio ou transcendência do povo?

De vez em quando, ouço de um ou outro aluno uma frase mais ou menos assim: “Bechara, você é um cara tão racional, tão envolvido com o saber e o conhecimento; como é que pode você dar tanta importância ao futebol e, pior ainda, ao Corinthians?” Quando ouço isso, fico lisonjeado pela parte elogiosa e pensativo quanto à questão crítica. Será que dispendo muito do meu escasso tempo com esse esporte? Será que tenho sido tolo por permitir que o famigerado ludopédio controle algumas de minhas ações e interfira no meu vestuário, no meu humor, no meu ser?
Que o futebol é supervalorizado em nossa sociedade é fato. Mas o que explica que ele consiga, de forma tão intensa, seduzir mesmo pessoas “racionais”? Gostaria de ouvir as opiniões de vocês, escassos leitores, para este fenômeno humano! Será que uma parcela de irracionalidade se faz necessária para a vida na Terra? Será que é só um meio de alienação extremamente eficiente? O que será que você pensa a respeito?
Exponha-se aqui livremente! Os textos de vocês não terão resposta certa, nem nota, nem represálias por erros gramaticais (hehe)! Mais do que “ensinar português”, este blog quer debater ideias! E isso eu sei que você tem de monte! Organize-as e tenha a coragem de aperta o “enviar”! Sua coragem nos contaminará a todos!
Eu já tenho algumas ideias para essas questões. Tenho inclusive uma teoria de que o futebol é o representante moderno das antigas batalhas campais cantadas por Homero! Resquício de uma necessidade humana de demonstrar virilidade, astúcia, agilidade e assim, de alguma forma, impor ao mundo o lugar do indivíduo e de seu povo na história. Mas qualquer dia eu desenvolvo isso e fico rico e famoso. Por agora, prefiro ouvir o que vocês têm a dizer!

Grande abraço!

Bechara 

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Arremedo de ditirambo sálmico em louvor aos alunos poetas

Nosso combalido blog agoniza abraçado ao cavalo do bigodudo que inspirou nosso nome (http://duvida-metodica.blogspot.pt/2012/06/as-ideias-do-filosofo-nietzsche-num.html - 43'15'').
2012 foi um ano difícil, mas não conseguiu acabar com o mundo, nem com as boas intenções que nos movem. Desta vez não farei promessas nem previsões (muitas delas se esgotaram míopes), muito embora -entre um homem com cara de árvore e uma árvore com cara de homem- vislumbremos a possibilidade de uma ressurreição mítica, facebúquica, em outra azulada dimensão, desta vez digo que não direi nada.
Faço, porém, o desabrochar outonal da flor de verão! Fora de época, fora do esquadro da beira da estrada (que poderia ao menos atrair o olhar curioso do viajante estradeiro), apupo o jardim que me foi confiado. Publico, enfim, os poemas do concurso do ano passado. O alarido talvez atraia um olho ou outro que, embrenhando-se em minha azinhaga, pouse sobre os versos deleitosos e retire-se espalhando o pólen-palavra! E dessa mirífica fecudação recolher-se-ão doze cestos de frutos (que amadurecerão no inverno)! Ou isso, ou se ouvirá a lenda do louco ululante e suas flores-linguagem, ignoradas por quem é levado pela vida, mas guardadas como tesouro por quem leva a vida com poesia. Dizem que as tais flores são capazes de fazer ver e ouvir melhor, e há relatos sobre um filipino que há 77 anos só se alimenta delas.

Estão abaixo os dez textos inscritos! Os cinco primeiros, em ordem de pontuação; os outros cinco, em disposição aleatória.

Grande abraço!

Assinado: Dionísio, o Crucificado (hehe - ganha um livro do Nietzsche o primeiro que explicar adequadamente a "piada")

Obs. Os textos tiveram de ser digitados novamente, o que pode ter criado divergências em relação aos textos originais. Por isso peço encarecidamente aos autores que revisem seus poemas e me comuniquem os equívocos.

1º Lugar: Apagão, de Heitor P. Casagrande sob o pseudônimo de Antor


Apagão

 

Acabou por um dia a força na cidade.

A Luz apagou junto das outras artificial idades.

Parou também a prensa e

a bomba de gasolina engasgou

(tanto a aditivada quanto a comum);

Obviamente desagradou meia dúzia de empresários

vociferando, celulares pendendo das mãos, inúteis,

Mas agradou meia dúzia de alunos que baliam nas carteiras-jaulas.

E um operário de chaves inglesas no lugar das mãos, parou também.

E parou o r-r-r-r, outrora eterno.

E cessaram os deliciosos escândalos financeiros e diplomáticos.

Cessou o influxo demoníaco de luzes sibilantes, piscantes, dinâmicas

Absurdamente dinâmicas!

As luzes, que patamarizavam as coisas banais, grandes, inúteis

Caiu o patamar.

Apagou a luz.

 

Por um instante metafísico, não houve nada.

 

Mas logo após um Fogo acendeu,

Num casal que se amou no escuro

E numa chama de vela que dançava projetada nos céus.

Nos céus, por deus!

Acendeu o fogo também na família de cara estranha

que sorriu e se assentou sussurrando na sombra

Como foi o dia, Como foi a aula, do que falariam

pouco importa, dado o quase surreal fato de simplesmente falarem.

E deu-se o lampejo de humanidade, incendiou da escola

à fábrica e derreteu na chama as chaves-mãos do operário

Que com cinco dedos, agora conscienciosamente humanos

Sentou pra conversar com José

Que pouco perguntava E agora.

 

E todo o universo renasceu, dir-se-ia nunca ter existido

E houve amor

Pois num instante metafísico, foram todos humanos.

 

 

Antor.

2º Lugar: Não te esqueças do óbolo, de Lucas F O. de Oliveira sob o pseudônimo de Caron Thanatos


Não te esqueças do óbolo

 

Quanta aversão tenho eu

Á corrupção engulfadora que é a natureza humana

Quantos males já não fizeste em vida

Que, sem ao menos passarem por tua conturbada consciência

Passaram a dissolvido azedume que fervilha em teu sangue pútrido e borbulha

Cujo derramamento vingas e lamentas

Enquanto fugas e covarde o carregas e ostentas!?

 

Que te aguarda aqui, meu podre

É uma infinidade pior que a simples decadência e esquecimento:

Não terás o manto da noite silenciosa para sanar teu absurdo desconforto,

Não terás seis palmos de solo como cobertor para combater teu eterno frio.

Não terás teus arrependimentos como espinhoso travesseiro.

Tampouco como único companheiro um velho coveiro.

Teu legado não constará nos corações magoados de tantos;

Nem em destruída lápide, dessacra, escarrada e derradeira.

Nem mesmo os vermes do submundo lançar-se-ão sobre teu imundo corpo,

Carregados de enojada fome insaciável e glutonia pelo podre.

A impureza que rasteja em tuas entranhas e as revira não dissipar-se-á em fogo fátuo.

Logo, quando o tempo for atemporal e escorrer etéreo,

O conforto em si escapará de tua memória, assim como todo e qualquer refrigério,

 

Aonde vais,

Te aguardará legião de miríades de incontáveis horrores.

Tua soberba e prepotência serão teus grilhões,

Tua ganância e avareza, tuas algemas.

Tua profaneidade e calúnia, teu bevor.

E cada um de teus pecados será dentelada glaive

Empunhada por monstruosidades que virão a te justificar.

Cada uma de tuas cruéis atrocidades será afiada presa e garra

Dos leviatãs e bestas que virão a te fazer pagar.

Pagarás com tuas próprias decompostas fibras e tóxico sangue

Pela dor que induziu ao couro alheio.

Até a demência de ti enojamento terá,

Enquanto infesta tua maldita mente amaldiçoada.

 

O fogo queimará constantemente o antigo receptáculo de tua alma,

Enquanto o frio incapacitante te tirará dolorosamente os sentidos e o sono.

Vagarás uma escura terra de incomensurável horror tamanho

Que nem mesmo o sangue que escorrerá de teus olhos o impedirá de vê-lo,

Dura penumbra será lar de teu eterno sofrimento.

Então entrai, mortal!! Adentrai logo o teu leito.

“Cair desta noite será o último que verás, isto eu prometo”.

 

 

Caron Thanatos

3º Lugar: Salto insano, de Artur Naddeo Júnior sob o pseudônimo de Barcos Guimarães


Salto Insano

 

A gélida brisa afaga suas têmporas

Da elevada ponte vislumbra pontos

Acima são estrelas, intangíveis

Abaixo são pessoas, incompreensíveis.

 

A alma almeja ascender ao celestial

o corpo impõe pelo concupiscente

Imperturbavelmente dicotômico

Sua sublime sina será silente

 

Verga sobre o batente da ventana

As supostas asas desabotoam

Cai impassível, solene, sozinho

 

A solução irracional ao problema...

Enquanto a alma escala ao céu

o corpo desalenta ao concreto.

 

Barcos Guimarães

4º Lugar: Amor de ioiô, de Mário César de B. Rocha sob o pseudônimo de Mr. Jones


Amor de ioiô

 

Ele já vem...

Já está chegando...

Quase posso tocá-Io!

Mas me deixa, desenrolando.

 

E como enrola!

Vem sem nunca chegar,

e vai sem nem me dar bola.

 

Saltita, faz graça e dança.

Dá a volta no mundo de minha mão,

mas meu coração nunca alcança,

girando, preso ao mundo de seu cordão.

 

E quando já não me dói a distância,

o cordão retesa e na mão me pesa!

Quando a última lembrança sua já ia se apagando,

lá vem o maldito cordão,

enrolando...

 

(Mr. Jones)

5º Lugar: Uma ode à batata, de Juliana Yip Chan sob o pseudônimo de Heitor Beilschmidt


Uma Ode à Batata

 

Oh, rico tesouro da terra

que minh'alma enches de fé!

Seja na Cidade ou nas Serras,

força que me sustenta de pé!

 

Quanta alegria trouxeste ao velho Mundo!

Tuas raízes retiradas das Américas,

deram esperança aos imundos

com teus polissacarídeos, raiz emérita!

 

Salvem, salvem, gerações que virão!

Erguei suas armas nesta nutritiva batalha

contra a maligna e vil Má-Alimentação!

 

Sentai-vos ao altar, mesa sagrada.

Nossas reservas energéticas se recarregarão.

Abençoada seja, oh, sacra batata!

 

Heitor Beilschmidt

Nas asas da Verdade, de Veridianna B. Penhalber sob o pseudônimo de Belbellita


Nas Asas Da Verdade

 

Parando para pensar,

Sempre estou a borboletear,

Adoro deixar a mente vagar,

E nessa brincadeira,

Já deixei tanta coisa pelo ar.

 

Quantas coisas, não imaginar...

Como seria se todos soubessem a verdade,

Desta realidade?

Mas na verdade,

Todos teriam que deixar

Suas borboletas, a vagar...

A voar pelo ar

 

O ar do mundo da vida...

Parar de usar,

A verdade como mentira

E a mentira como verdade.

 

Lindas borboletas a vagar,

A voar pelo ar,

Como seria nadar,

Sem respirar?

 

Como seria cantar a realidade,

Sem se distanciar da verdade?

Os pensamentos que minhas pequenas amigas

levam em suas asas, se encontram,

Desmontam-se e agrupam-se.

 

Novamente, parando para pensar...

Parando as borboletas no ar

Qual a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha?

Ninguém sabe na realidade,

Mas todos fingem que sabem a verdade.

 

 

Belbellita

Blackout, de Fernando H. Minagawa sob o pseudônimo de João


Blackout

 

TV ligada falando, só

o homem cansado, desgastado, exausto

seus olhos pescam

a visão falha

a luz da TV entra e sai

as pálpebras caem

a escuridão reina

assustado acorda

esta perdendo tempo

com pressa apaga a TV

pena que já é impossível desligar-se...

Amore non debita, de João Guilherme dos S. P. Amaral sob o pseudônimo de Cyprinus Carpio


Amore non debita

 

Jeová ab ovo deu o arbítrio de amar à humanidade

Porém nem todo amor é correspondido

E nem Ulisses com sua bondade

Poderia tornar este problema resolvido

 

O amor não correlato

Nem com um delgado cendal pode dar certo

E se seu amor não lhe trata como amado

Tente outro que possa estar por perto

 

Este pode não ser um Relê Álvares de Azevedo

Todavia se te ama já é um bom tramite

É o que não te deixará desamparado

 

Aquelas quimeras perdidas

Impenderão ao passado de nossas vidas

Juntamente a amores antigos

Furacão revestido em ouro, de Miguel A. Motta sob o pseudônimo de Somnium Volitans


Furacão Revestido em Ouro

 

Quero entender muitas coisas

o seu sorriso, o seu esplendor

e o porquê de não estarmos juntos.

 

Porque em mim dor e caos crias

e esta tempestade sentimental,gritos...

A harmonia do desespero que quer valor

 

As harpas tocam rock demoníaco

O tridente clama a justiça

e mesmo assim não a terei comigo.

Porque me tortura ser divino!

 

E no meio do meu coração paradisíaco

cresce esta incontrolável vontade submissa

de com você ser mais que um amigo

para que conclua minha viagem como paladino

Evoque, de Davi A. Jeremias sob o psudônimo de Fernando Marcos Octavius


Evoque
 
Chamaste! Chamaste!
e tu vieste...
 
Gélido ar vinha a face
o quadro a sua frente estremecia
Será que Dorian Gray retomará?
 
Não! Já disse que não! Dorian nunca existiu!
Será Ele?
Não! Tal transcendência nunca falaria comigo
Quem é ?! Quem é ?!
 
Maldito Seja!
 
Teu silêncio intrépido
me esfaqueia, perfura minhas entranhas
ininterrupto, intrínseco sofrimento
 
Se Pára !
Separa-te a alma!
Liberte-se do corpo!
Liberte da dor!
 
A Dor é para os que ficam
E aos que ficam
Resta apenas a Condolência...