terça-feira, 29 de março de 2011

Alteração de data no avançado de cinema

Caros,
Para garantir que o filme Todos os homens do presidente possa ser exibido com toda a estrutura que um clássico do cinema merece, decidimos trocar a data de sua exibição. Agora ele será exibido no Anfiteatro, dia 13 de abril. O show de Truman, que estava agendado para esse dia e local, fica com a data de 6 de abril, na sala Mutimídia 1.

A lista completa dos filmes do ciclo Mídia passa a ser:
  1. O Informante, já exibido;
  2. Mera Coincidência, 30 de março, no Anfiteatro;
  3. O show de Truman, 6 de abril, na Multimídia 1;
  4. Todos os homens do presidente, 13 de abril, no Anfiteatro;
  5. Ônibus 174, 20 de abril, na Multimídia 1.
Lembrando que este último filme promove, por dois motivos, a ligação com nosso próximo ciclo: Violência.
Primeiro, pela temática; segundo, por ser um trabalho do mesmo diretor de Tropa de Elite, o primeiro filme de nossa próxima empreitada. Na ocasião poderemos discutir, a partir da visão do mesmo diretor, as diferentes potencialidades do cinema documental e ficcional.

Aproveitem!

Abraço!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Viagem a Minas Gerais: só até 1º de abril (e não é dia de mentira!)

Pensando em oferecer aos alunos a oportunidade de fazer um passeio que seja, ao mesmo tempo e na mesma intensidade, cultural e divertido, o Mater está organizando a viagem às cidades históricas de Minas Gerais. Além de proporcionar o contato com outras paisagens, outro sotaque e outra gastronomia, o passeio conta com o atrativo de ter os professores Carlos (Literatura), Evanir (Geografia) e Hélio (História), que prometem fazer um interessante elo entre os conteúdos abordados em sala de aula e a realidade material, cultural e histórica das Minas Gerais.
Sem mais delongas (até porque o resumo das atividades está reproduzido na imagem abaixo), termino este texto pedindo aos alunos que já participaram da viagem (eu reconheci alguns rostinhos DHs nas fotos abaixo!) que escrevam contando de que forma uma experiência como essa pode enriquecer sua vida, seja no âmbito pessoal, cultural, acadêmico, profissional, artístico, filosófico, teológico, existencial... hehehe
Abraços!

terça-feira, 15 de março de 2011

Avançado de Cinema - Ciclo 2: Mídia

Começa no dia 16 de março o segundo ciclo de filmes do nosso Avançado de Cinema. Agora com o tema Mídia, manteremos o objetivo de enriquecer nosso repertório cultural e promover debates qualificados a respeito de sistemas e situações que muito interferem em nosso cotidiano (mesmo que nem sempre percebamos).


Seguem as sinopses, os horários e os locais de exibição dos próximo filmes.


Abraços!

O Informante (1999)
Dia: 16 de março
Local: Anfiteatro
Horário: 15h15
O filme apresenta a trajetória do ex-biologista da indústria tabagista Jeffrey Wigand (Russell Crowe), que é convencido pelo jornalista Lowell Bergman (Al Pacino) a expor os segredos comprometedores da empresa na qual trabalhou. A trama se desenvolve em torno da comprovação de que a indústria tem consciência de que coloca em seus produtos substâncias que viciam os usuários. O filme se baseia na história real de 1994, em que um ex-executivo da indústria do tabaco deu entrevista polêmica ao programa jornalístico 60 Minutos, da rede americana CBS.


Mera Coincidência (1997)
Dia: 30 de março
Local: Anfiteatro
Horário: 15h15
Após ter se envolvido num escândalo sexual dias antes da eleição, o presidente dos Estados Unidos parece não ter muita chance de se reeleger. Para tentar mudar esse quadro, nada melhor do que se envolver numa guerra fictícia num país distante, da qual o presidente possa sair como herói nacional. O enredo parece familiar? Acredite: é Mera Coincidência. Embora o escândalo real tenha tornado a trama inesperadamente verossímil, o affair entre Clinton e Monica Lewinsky não foi a inspiração dessa história. O ponto de partida do filme é, na verdade, o livro American Hero, de Larry Beinhart.
Sátira ao mundo da política e do show business, o filme confirma sarcasticamente tudo de pior que pode ser imaginado sobre manipulação feita pela mídia e sua influência sobre o público. Foi indicado a dois Oscars, incluindo Melhor Roteiro Adaptado.



 

O Show de Truman (1998)
Dia: 6 de abril
Local: Multimídia 1 (Pátio da Santa)
Horário: 15h15
O filme é uma crítica e também uma sátira da persuasiva manipulação da mídia. Em uma espécie de reality show, o vendedor de seguros Truman Burbank (Jim Carrey) tem todos os momentos da sua vida capturados por câmeras escondidas. Sem ter consciência de que tudo é televisionado para uma audiência gigantesca, ele leva uma vida que julga normal. Entretanto, seus amigos e sua família na verdade são atores que lhe sorriem agradavelmente enquanto fazem merchandising de produtos diversos. Desde a cidade onde vive até seu casamento com Meryl (Laura Linney), a vida de Truman foi inventada e dirigida como um programa de televisão. Aos 30 anos, o protagonista desconfia que há algo estranho em seu mundo. É quando se percebe preso num grande esquema que cerceia sua liberdade e tenta fugir.



Todos os Homens do Presidente (1976)
Dia: 13 de abril
Local: Anfiteatro
Horário: 15h15
Versão cinematográfica do famoso escândalo de Watergate. Nele, Carl Bernstein (Dustin Hoffman) e Bob Woodward (Robert Redford), jornalistas do Washington Post, investigam a invasão da sede do Partido Democrata, ocorrida durante a campanha presidencial dos EUA, em 1972. O trabalho acabou sendo um dos principais motivos da renúncia do presidente Richard Nixon, do Partido Republicano, em 1974.












Ônibus 174 (2002)

Dia: 20 de abril
Local: Multimídia 1 (Pátio da Santa)
Horário: 15h15
Dirigido por José Padilha (o mesmo de Tropa de Elite), este documentário produz uma investigação cuidadosa, baseada em imagens de arquivo, entrevistas e documentos oficiais, sobre o seqüestro de um ônibus em plena zona sul do Rio de Janeiro. O incidente, que aconteceu em 12 de junho de 2000, foi filmado e transmitido ao vivo durante quatro horas, paralisando o país. A história do seqüestro é contada paralelamente à história de vida do seqüestrador. Intercalando entrevistas com as imagens transmitidas pela televisão, o filme revela como um típico menino de rua carioca transforma-se em bandido. Ao dialogarem, as duas narrativas formam um discurso que transcende a ambas e mostra ao espectador por que o Brasil é um país tão violento.




sexta-feira, 4 de março de 2011

Proposta de redação - Avançado de cinema

Caríssimos foliões do conhecimento,
Conforme prometido, vai aqui a proposta de redação que encerra o primeiro ciclo temático do nosso Curso Avançado de Cinema!
Façam bom proveito!
Abraço!

Bechara
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Curso Avançado de Cinema – Ensino Médio

ORIENTAÇÃO GERAL: LEIA ATENTAMENTE.
Tema: O tema da redação é o Capitalismo.
Coletânea: É um conjunto de textos de natureza diversa que serve de subsídio para a sua redação. Sugerimos que você leia toda a coletânea para depois selecionar os elementos que julgar pertinentes à elaboração da proposta. Um bom aproveitamento da coletânea não significa referência a todos os textos. Esperamos, isso sim, que os elementos selecionados sejam articulados com a sua experiência de leitura e reflexão. Se desejar, você pode valer-se também de elementos presentes nos Filmes apresentados.
ATENÇÃO – Sua redação será anulada se você:
a) fugir ao recorte do tema; b) desconsiderar a coletânea; c) não atender ao tipo de texto da proposta.

Coletânea:

1. O homem, entretanto, tem necessidade quase constante da ajuda dos semelhantes, e é inútil esperar esta ajuda simplesmente da benevolência alheia. Ele terá maior probabilidade de obter o que quer, se conseguir interessar a seu favor a auto-estima dos outros, mostrando-lhes que é vantajoso para eles fazer-lhe ou dar-lhe aquilo de que ele precisa. É isto o que faz toda pessoa que propõe um negócio a outra. Dê-me aquilo que eu quero, e você terá isto aqui, que você quer — esse é o significado de qualquer oferta desse tipo; e é dessa forma que obtemos uns dos outros a grande maioria dos serviços de que necessitamos. Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelo seu próprio interesse. Dirigimo-nos não à sua humanidade, mas à sua auto-estima, e nunca lhes falamos das nossas próprias necessidades, mas das vantagens que advirão para eles.
(...)
Ao perseguir seus próprios interesses, o indivíduo muitas vezes promove o interesse da sociedade muito mais eficazmente do que quando tenciona realmente promovê-lo. Nunca ouvi dizer que tenham realizado grandes coisas para o país aqueles que simulam exercer o comércio visando ao bem público.
(Adam Smith, A Riqueza das nações, 1776)


2. Não estaria na hora de moralizar o capitalismo? No auge da crise, essa indagação foi levantada pelos nossos dirigentes, por Nicolas Sarkozy em primeiro lugar, ou seja, por aqueles que se dedicavam anteriormente a uma apologia inconsiderada do liberalismo, o qual supostamente representaria o “final (feliz) da história”.
Formulada dessa maneira, a questão fica enviesada: se ele precisa ser moralizado, é porque o capitalismo é imoral; se isso pode ser feito, é porque ele não é intrinsecamente imoral em suas estruturas. Apenas os seus excessos seriam questionados.
(...)
De fato, a moralização do capitalismo revela-se rigorosamente impossível, já que este, que é imoral em si, se põe a serviço de alguns, instrumentalizando os trabalhadores e negando sua autonomia. Exigir sua moralização deveria conduzir, na realidade, a exigir sua supressão, por mais árdua que seja essa tarefa.
(Yvon Quiniou -filósofo, É possível moralizar o capitalismo?, Le Monde diplomatique, 1º de julho de 2010)


3. Eram os dois homens de Madame de Trèves – o marido, conde de Trèves, descendente dos reis de Cândia, e o amante, o terrível banqueiro judeu, David Efraim. E tão enfronhadamente assaltavam o meu Príncipe que nem me reconheceram, ambos num aperto de mão mole e vago me trataram pôr “caro conde”! Num relance, rebuscando charutos sobre a mesa de limoeiro, compreendi que se tramava a Companhia das Esmeraldas da Birmânia, medonha empresa em que cintilavam milhões, e para que os dois confederados de bolsa e de alcova, desde o começo do ano, pediam o nome, a infância, o dinheiro de Jacinto. Ele resistira, no enfado dos negócios, desconfiado daquelas esmeraldas soterradas num vale da Ásia. E agora o conde de Trèves, um homem esgrouviado, de face rechupada, eriçada de barba rala, sob uma fronte rotunda e amarela como um melão, assegurava ao meu pobre Príncipe que no Prospecto já preparado, demonstrando a grandeza do negócio, perpassava um fulgor das Mil e uma noites. Mas sobretudo aquela escavação de esmeraldas convidava todo o espírito culto pela sua ação civilizadora. Era uma corrente de idéias ocidentais, invadindo, educando a Birmânia. Ele aceitara a direção por patriotismo...
-De resto é um negócio de jóias, de arte, de progresso, que deve ser feito, num mundo superior, entre amigos...
E do outro lado o terrível Efraim, passando a mão curta e grossa sobre a sua bela barba, mais frisada e negra que a dum Rei Assírio, afiançava o triunfo da empresa pelas grossas forças que nela entravam, os Nagayers, os Bolsans, os Saccart...
Jacinto franzia o nariz, enervado:
-Mas, ao menos, estão feitos os estudos? Já se provou que há esmeraldas?
Tanta ingenuidade exasperou Efraim:
-Esmeraldas! Está claro que há esmeraldas!... Há sempre esmeraldas desde que haja acionistas!
(Eça de Queirós, A cidade e as serras, 1901)

4. Em casa de Augusta, sobre uma mesa coberta por uma cerimoniosa toalha de rendas, estava o cadaverzinho da filha morta, todo enfeitado de flores, com um Cristo de latão à cabeceira e dois círios que ardiam tristemente. Alexandre, assentado a um canto da sala, com o rosto escondido nas mãos, chorava, aguardando o pêsame das visitas; fardara-se, só para isso, com o seu melhor uniforme, coitado! O enterro da pequenita foi feito à custa de Léonie, que apareceu às três da tarde, vestida de cetineta cor de creme, num carrinho dirigido por um cocheiro de calção de flanela branca e libré agaloada de ouro. O Miranda apresentou-se na estalagem logo pela manhã, o ar compungido, porém superior. Deu um ligeiro abraço em João Romão, falou-lhe em voz baixa, lamentando aquela catástrofe, mas felicitou-o porque tudo estava no seguro.
O vendeiro, com efeito, impressionado com a primeira tentativa de incêndio, tratara de segurar todas as suas propriedades; e, com tamanha inspiração o fez que, agora, em vez de lhe trazer o fogo prejuízo, até lhe deixaria lucros.
(Aluísio Azevedo, O Cortiço, 1890)

5.
VIII
O poeta
declina de toda responsabilidade
na marcha do mundo capitalista
e com suas palavras, intuições, símbolos e outras armas
promete ajudar
a destruí-lo
(Carlos Drummond de Andrade, Nosso Tempo, A rosa do povo, 1945)

6.
Uma outra globalização supõe uma mudança radical das condições atuais, de modo que a centralidade de todas as ações seja localizada no homem. Sem dúvida, essa desejada mudança apenas ocorrerá no fim do processo, durante o qual reajustamentos sucessivos se imporão.
Nas presentes circunstâncias, conforme já vimos, a centralidade é ocupada pelo dinheiro, em suas formas mais agressivas, um dinheiro em estado puro sustentado por uma informação ideológica, com a qual se encontra em simbiose. Daí a brutal distorção do sentido da vida em todas as suas dimensões, incluindo o trabalho e o lazer, e alcançando a valoração íntima de cada pessoa e a própria constituição do espaço geográfico. Com a prevalência do dinheiro em estado puro como motor primeiro e último das ações, o homem acaba por ser considerado m elemento residual. Dessa forma, o território, o Estado-nação e a solidariedade social também se tornam residuais.
(...)
A nova paisagem social resultaria do abandono e da superação do modelo atual e sua substituição por um outro, capaz de garantir para o maior número a satisfação das necessidades essenciais a uma vida humana digna, relegando a uma posição secundária necessidades fabricadas, impostas por meio da publicidade e do consumo conspícuo. Assim o interesse social suplantaria a atual precedência do interesse econômico e tanto levaria a uma nova agenda de investimentos como a uma nova hierarquia nos gastos público, empresariais e privados.
(Milton Santos, Por uma outra globalização, 2000)



7. Homem primata (1986)
Desde os primórdios
Até hoje em dia
O
homem ainda faz
O que o macaco fazia
Eu não trabalhava, eu não sabia
Que o homem criava e também destruía
Homem primata
Capitalismo selvagem
ô ô ô
Eu aprendi
A vida é um jogo
Cada um por si
E Deus contra todos
Você vai morrer e não vai pro céu
É bom aprender, a vida é cruel
Homem primata
Capitalismo selvagem
ô ô ô
Eu me perdi na selva de pedra
Eu me perdi, eu me perdi.
I'm a cave man
A yuong man
I fight with my hands
With my hands
I'm a jungle man, a monkey man
Concrete jungle!
Concrete jungle!
(Marcelo Fromer;Ciro Pessoa; Nando Reis; Sérgio Britto, Cabeça Dinossauro, 1986)


8.

Proposta:
Trabalhe sua dissertação a partir do seguinte recorte temático:
O capitalismo, como modo de produção e sistema ideológico, atrai para si visões antagônicas e permite leituras variadas de sua finalidade, seus meios e seus princípios.

Instruções:
·         Discuta o capitalismo como o modo de produção preponderante em nossos dias;
·         Argumente no sentido de mostrar a dualidade do capitalismo;
·         Explore tais argumentos de maneira a justificar sua adesão ou rejeição à ideologia capitalista.