Ah, oceano de solidão e angústia,
Rendi-me às suas ondas, que me arrastaram ao infinito
Suas turvas águas azuis me submergiram
Sufocaram meus sonhos e sucumbiram minha vida
Ah, traiçoeira e perigosa areia movediça,
Cada grão seu é um pedaço da minha tristeza
Atrevi-me a enterrar os pés, e me engoliu,
Me perdi do norte, e encontrei a ira
Ah, poço de trevas e depressões,
Em seu fundo deu-me raízes,
Com aflições me cultivou, e de opressões me abundou
Rendi-me e aliei-me ao vencedor: a morte
Como um relâmpago e sob o alarido da trombeta
Fez o oceano de solidão diluir-se em Seu sangue
Fez a maldita areia encobrir-Lhe a planta dos pés
Fez o poço de trevas encher-se da Sua glória
Aquele que estendeu os céus e fundou a terra
Como ovelha muda foi levado ao matadouro
Pela transgressão do seu povo foi Ele ferido
Tomando sobre si todas iniquidades, trouxe o perdão
Todavia, ao Senhor agradou o moê-lo
Pois Sua alma cedeu por expiação do pecado
Pelas Suas pisaduras fomos sarados
Concedeu-nos o milagre da salvação
Ainda assim, multiplicou-se a iniqüidade
Ingratidão de um povo indigno da misericórdia
Rasgou-se o véu, as comportas se abriram.
Maldito sois, ó ignorantes! Condenado sois!
Amor maior que este haveria de existir?
Mesmo sabendo da mediocridade humana
Insistiu em morrer por uma manada de hipócritas
Miserere nobis, qui tollis peccata mundi!
Ah, eu posso até ter escrito sobre o amor, todavia não há maior do que o amor descrito por você Brunão!
ResponderExcluirParabéns, linda poesia!