A xícara sempre vazia.
O relógio ladrava as horas
Como se ele não soubesse
Que a cada abraço um pouco mais da vida se esvai...
Olhava à sua volta e pedia
Os mesmos dentes que mastigaram seu desejo,
Sua fuga.
A porta estava aberta
Mas não ventava. Monotonia.
A cadeira afastada da mesa
Relembrava o gosto de ingratidão na louça suja.
As paredes, já manchadas de outros amores,
Regiam a voz
Que ainda ecoava pelos cantos da cozinha:
- Acalma-te! Outras cinturas têm mais paixão.
O tempo engole todo amor.
Com o colapso de um começo,
Começa a ascendência de um novo colapso.
Assim, sorriu.
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