quarta-feira, 27 de abril de 2011

ALEGRIA VIRTUAL X DEPRESSÃO

Bonitões e bonitonas, li o esses dias no Caderno Equilíbrio da Folha uma reportagem que liga dois temas já abordados no nosso “humanas demasiado humanas”: redes sociais e felicidade.
Transcrevi um trecho:
“A Sociedade Americana de Pediatria lançou uma cartilha alertando os país para o risco de depressão entre adolescentes que usam o Facebook. Fotos de pessoas felizes nas páginas de outros podem passar uma visão distorcida da realidade para jovens que já têm baixa autoestima.”
Já parou pra pensar nisso? E aí... exagero?
As imagens e recados do Face correspondem a nossa “realidade”?...

Gostaria de ouvir (na verdade de ler) as impressões de vocês... Ah, vale retomar os posts anteriores, nos quais tratamos dessas duas questões.

3 comentários:

  1. As mensagens e recados do facebook não correspodem a nossa realidade porque o facebook é virtual. O "problema" não está nas fotos das pessoas, nem nos recados delas. Está nos jovens com baixa autoestima que não sabem distinguir a realidade do mundo virtual. Não que seja culpa delas, mas é errado culpar e "censurar" as outras por "serem" felizes; já que ninguém aqui colocaria uma foto triste, chorando em alguma rede social.

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  2. Então, dona Julia, concordo que o problema seja a autoestima, mas discordo que ele esteja nos jovens em si. Não creio que um jovem deliberadamente alimente sua baixa autoestima. Antes disso, tal situação é alimentada por inúmeros fatores individuais, familiares, sociais e econômicos. É o pai que não liga (ou aparenta não ligar) para as conquistas do filho, é a impossibilidade de frequentar as baladas da moda por falta de grana, é a timidez que o faz gaguejar durante o galanteio a uma gatinha... enfim, o cara passa por tudo isso (que é "normal" no processo de amadurecimento, acho...) e, num momento de insegurança, cai na bobagem de comparar sua mísera existência com a do campeão da vida com carro do ano na garagem e um milhão de amigos no facebook... Esse sujeito não vai, propriamente, culpar ou censurar a felicidade alheia, mas vai vislumbrar um imenso paredão que forma um abismo e que ele enxerga pelo lado de baixo. Ainda que esse paredão seja falso, ou virtual, o cara tem dificuldade de passar por ele.
    Mesmo correndo o risco de ser alvo de chacotas devido à minha semelhança FÍSICA com certa pessoa importante de nossa história humana, vou dizer: acho que devemos ter mais compaixão (do latim compassìo,ónis 'sofrimento comum, comunidade de sentimentos') por quem tem dificuldade de vislumbrar o real por trás dessa estrutura (às vezes opressiva) erigida pelo facebook e por nossa sociedade que prega a meritocracia; porque não é tão fácil assim enxergar através do muro. Diante disso, encerro com uma pergunta: se nós percebemos que o tal paredão é falso, que é só uma sombra numa parede, como podemos ensinar os outros a ver o que é a Verdade?

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  3. Lembrei de um poeminha bacana do Paulo Leminsk que eu acho que tem a ver com o post!! É só trocar "cinema americano" por "facebook", que teremos uma visão irônica e saborosamente ácida do que essa nova mídia pode representar:

    "podem ficar com a realidade
    esse baixo astral
    em que tudo entra pelo cano

    eu quero viver de verdade
    eu fico com o cinema americano"

    hehe
    Abraços!

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