quarta-feira, 27 de abril de 2011

Dupla Face

Partindo da mesma inspiração do post anterior, tem mais essa:
Especialistas apontam que a “maioria dos usuários acaba mostrando o lado oculto de sua personalidade em redes sociais tipo Facebook”. Dizem que a vontade de chamar a atenção faz as pessoas exibirem na internet até o que não querem mostrar...
A reportagem chega até a apresentar uma classificação de tipos de usuários, a “fauna” do facebook. É curioso, veja:

O EXIBICIONISTA: Com textos e fotos, procura mostrar como é feliz e bem-sucedido. Fala das viagens que faz, de restaurantes e festas que freqüenta e como sua família é linda e unida. Dá impressão que criou um personagem.
O VOYEUR: Ele está lá, mas pouco se manifesta. Pode ser por timidez ou porque não quer mesmo relacionar com ninguém. Observa tudo e não fala nada.
O CARENTE: Ele conta seu dia em detalhes. Parece precisar de reconhecimento. Com seus posts que não interessam a ninguém, parece dizer ‘ei, olhem pra mim’.
O POPULAR: Ele quer ter 1 milhão de amigos, como na música. Adiciona até quem não conhece direito para atingir sua meta. Provavelmente também é assim no mundo ‘real’ e mostra esse aspecto nas redes sociais.
O BIG BROTHER: ele escancara sua vida pessoal , relata crises conjugais e reclama do trabalho. Pode não ter noção de que muito mais gente do que imagina está lendo o que escreve ou não percebe que está sendo inadequado.
O POLÊMICO: O simples comentário que alguém fez sobre um filme pode virar uma grande dor de cabeça quando o crítico resolve se manifestar. Ele é o mal-humorado, o do contra, que vê em tudo uma teoria da conspiração.
O BAJULADOR: O puxa-saco está sempre pronto pra dar parabéns se os colegas que forem mais ricos e bem-sucedidos do que ele. Diz que os amigos estão lindos, que os bebês são fofos e que está com saudades.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq2604201106.htm

Será que é por aí? Temos uma face virtual muito distinta da real?
Você considera essa tipologia razoável ou simplista?
E aí você se encaixa em algum tipo?(essa não precisa responder em público, se não quiser. hehehe)
Conhece alguém assim? (sem nomes, hein? Pelo Amor...)
O que leva os seres humanos modernos (incluindo nós) a agirem dessa forma?
E qual seria o tipo ideal? Se é que existe algum...
DHs, bóra refletir um pouco e argumentar!

5 comentários:

  1. Assim, como em diversas situações da vida "real" , a sua personalidade pode ser editada, por assim dizer, para um determinado fim. Por exemplo, é fato a mudança de postura que se tem quando não somos observados ou de quando estamos com nossos pais.

    No entanto, não acredito que essas personalidades 'editadas' sejam menos verdadeiras, afinal, tudo não passa de uma impressão que se tem das pessoas ou de si mesmo e que no final não passa de uma dessas facetas, que acreditamos ser a única.
    Afinal, tu

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  2. Acho interessante essa ideia de que não há uma "verdade íntima das coisas", mas a única verdade é a aparência que a coisa nos revela naquele instante. Parece uma adaptação high-tech do Alberto Caeiro ("mestre" de F. Pessoa). No entanto, tenho dificuldade de lidar com a noção de que não há algo absoluto que se aproxime de uma Verdade com "V" maiúsculo. Embora Nietzsche tenha quase conseguido me fazer mudar de ideia, continuo acreditando que há uma essência humana e uma essência individual por trás das inúmeras máscaras sociais que usamos diariamente, seja no olho-no-olho, seja no olho-na-tela.

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  3. Concordo com o Bechara.

    Além disso, acho engraçado como a internet cria um mundo paralelo que parece ser mais atraente que o real. As pessoas preferem se conectar umas com as outras à distância e ser aquilo que seus dedos são capazes de digitar.
    Acredito que a "fauna" mais encontrada ultimamente é "o carente" (isso pode ser notado pelo twitter), o que torna toda essa história mais irônica ainda.
    A internet deveria, supostamente, aproximar as pessoas. Mas a falta de algo é cada vez maior.

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  4. Eu acho muito vago falarmos que a Internet afasta as pessoas. Acredito que em tese, as pessoas se afastam naturalmente, e buscam na Internet uma cura para esse problema.

    Porém, a rede nada mais é do que um placebo que com o tempo, deixa mais em vista a não existência de melhoras e ao otimismo desesperado das pessoas.

    é possível manter uma amizade apenas pela Internet, mas acho difícil que , nesse ambiente, tal amizade se desenvolva.

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  5. Putz! A ideia do placebo é interessante! Enquanto usamos a internet achando que estamos convivendo com pessoas, na verdade estaríamos apenas nos distraindo daquela "falta de algo" de que a Larissa falou! O facebook pode ser então como que um apanhado de folhas de palmeira que tampa o buraco por fora, mas deixa o vazio por dentro... e olhem, meus caros, que a escola ainda nos "obriga" a conviver corporeamente com outros seres humanos... dá para imaginar o que sente alguém que não tenha tal imposição? Fechado em algum solitário escritório, em um fechado edifício, em uma fechada cidade...
    Criemos, pois, laços humanos, demasiado humanos para construirmos um sentido mais vivo para nossas existências!!

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