sexta-feira, 30 de março de 2012

2º lugar: O Ermitão, de Mateus Lima Veras sob o pseudônimo de Orpheus


O ermitão

No alto da torre ebúrnea, sem qualquer saída,
escreve, como se quisera arfar memórias.
Sob a luz do triste candeeiro, eis que histórias
esvanecem, aquecem, se esquecem da Vida...

Gélidas e pálidas e abertas feridas
lhe dão o aconchego desta Clausura inglória.
Inglórias lamúrias lamuriam vitórias
da vida que agora se fazia perdida

Um singelo silvo sibilante cingia
e enobrecia o coração do pobre homem,
já alegre da companhia que possuía.

E que outrem se importa? Ninguém, senão ninguém.
fosse o silvo realidade, sonho, magia
ao menos da sua miséria partilha alguém.

Guarulhos, 22 de agosto de 2011

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